quarta-feira, 21 de maio de 2014

TESTEMUNHO

Desde a minha infância sempre ouvi minha mãe dizer que meu pai esteve preso, sempre de forma muito superficial, soube também que meus pais confessaram ao Senhor Jesus no período em que meu pai esteve no cárcere, mais nunca tive a curiosidade de saber o porque, meu pai esteve preso ou quanto tempo esteve privado de sua liberdade. Os anos foram passando, até que fui ordenado ao ministério pastoral em 2001, no ano seguinte fui convidado a assumir o ministério de evangelismo nos presídios. No dia 14 de abril de 2002 entrei pela primeira vez em um presídio, foi no complexo da Frei caneca, no Estácio, no presídio Lemos Brito. Foi uma experiência inesquecível, Deus confirmou o meu chamado, foram momentos em que senti muito presença de Deus, e pude ver que a pesar de estar dentro de uma penitenciaria, Deus se manifestava também naquele lugar, com poder e glória. Fui falar com minha mãe a respeito, esperando ouvi seu testemunho pessoal, e minha mãe me falou dos constrangimentos, dos insultos que ouvia ao visitar meu pai. Minha mãe estava grávida de mim, sempre ouvia lhe falar que estava para nascer outro marginal, mais um bandidinho, mais um trombadinha, filho de peixe peixinho é, entre outros insultos, e me falou que meu pai esteve preso também na frei caneca, no presídio lemos brito. Foi quando pude perceber o Deus tinha feito em minha vida, a Bíblia diz que Deus transforma maldição em benção, e o que minha mãe ouviu durante o período em que meu pai esteve preso, Deus transformou em benção, ao invez de entrar pelas portas do presídio como condenado, Deus me levou até o cárcere para pregar libertação aos encarcerados, por em liberdade os cativos, Deus me levou livre, para pregar liberdade, Deus me levou como pastor para dar testemunho, de que os planos de Deus não podem ser frustados em nossas vidas, e que o diabo está derrotado, agindo o Senhor ninguém pode impedir, e posso dizer como disse Jó: "Bem sei que tudo podes, e que nenhum de seus planos podem ser frustrados".
No cárcere pude ver durante estes anos a mão de Deus agindo, milagres acontecendo e pude ter o privilégio de conhecer grandes homens de Deus, pastores que levavam a palavra de Deus sem medo, sem se importar com as dificuldades e cheios da unção do pai, conheci homens presos fisicamente, mais libertos espiritualmente, livres para adorar ao Senhor Jesus, com todas as suas forças, com todo seu entendimento, com toda sua alma e com todo seu coração. Um lugar onde Deus tem liberdade, para se mover, para fazer seus sinais, prodígios e maravilhas. Um lugar que apesar de serem muitos instruídos na palavra, o mais importante, não é o linguajar rebuscado, ou a eloquência, mais sim a simplicidade da palavra genuína, o verdadeiro evangelho da Graça de Jesus Cristo, nosso salvador. Pude constatar que não tem lugar para o agir do Espírito Santo, seja no deserto, nas praças, nas comunidades ou no cárcere, o nosso Deus é mesmo, e seu poder é tremendo, e não hà outro, capaz de convencer o homem do pecado, capaz de perdoar, por seu amor incondicional, capaz de transformar pelo poder do seu evangelho, capaz de restaurar, de curar e de dar uma nova oportunidade para um recomeço. Homens destituídos da sociedade, desacreditado, excluído pelas autoridades, mais achados pela graça salvadora, transformadora e redentora do nosso Senhor Jesus Cristo.
A cada dia fico mais apaixonado por este trabalho, por este ministério e por este Deus maravilhoso, que nos ama com amor eterno.
Hebreus 13:3 "Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo".